domingo, 30 de março de 2008

High hopes...


... ouvindo-a eu me enchi e transbordei de dúvidas, de sonhos quebrados, de verdades, de mentiras, de ânsias e náuseas como há muito não sentia. Meu english anda bem raso e raro... só ouvia a música sem a letra; letra qualquer uma serve, mas os acordes, os instrumentos, não precisam de uma letra pra acompanhá-los. Bem, eu passeava pelo Jardim e a música me acompanhando. Eu visitei algumas pessoas lá: Rainha Cigana, Désirrée, Sr Apocalipse. Voltei ao meu perfil e mais uma vez, revisitei MEU MESTRE AMADO e QUERIDO. Voltei ao meu perfil. Não sei o que aconteceu, só sei que nem sei mais quem ou o que sou. Por quê temos que andar assim, escondidos, camuflados, como se fôssemos criminosos? Por quê temos que esconder nossos desejos, criar outra identidade e vivê-la como se nossos desejos vivessem em outros corpos? Que maldade, pecado ou crime cometemos? Nos identificamos por siglas, por codinomes, apelidos, títulos... temos prazeres parecidos e que se completam pela diferença: quando me ajoelho ao DONO de mim me sinto soberana, a maior criatura do mundo, sem medos, sem restrições, sem safeword, só vestida de submissão. Isso é algo sujo? Por quê tenho que me chamar por élfica? Não posso ser simplesmente uma mulher que tem uma identidade comum e que ama um homem - e o ama totalmente, até as raízes dele? Por quê criamos esse universo BDSM? Por quê temos que ser dominantes e dominados?


Não sei o que tem a ver esta minha crise repentina com essa música. Acho que nada. Nada é tudo hoje. Um dia que começou cansado, pesado, esquisito... só podia terminar assim. E como dizia meu grande Amigo Ivan: eu tenho medo de você aos domingos. Ivan, eu também. Tenho medo de mim nesses dias negros que são os domingos.


Mas a música está lá e agora ouço a letra e ouço um pouco de sossêgo pra minha alma inconformada... High hopes, grandes esperanças.


E a ouço tantas vezes que me deixo levar pelo som, pelas palavras e encontro paz em mim mesma, como há tantas horas tenho tentado encontrar: paz em mim, paz ao meu redor, paz pra me anestesiar um pouco.


High Hopes (Pink Floyd)

Beyond the horizon of the place we lived when we were young

In a world of magnets and miracles

Our thoughts strayed constantly and without boundary

The ringing of the division bell had begun

Along the Long Road and on down the Causeway

Do they still meet there by the Cut

There was a ragged band that followed in our footsteps

Running before times took our dreams away

Leaving the myriad small creatures trying to tie us to the ground

To a life consumed by slow decay

The grass was greener

The light was brighter

When friends surrounded

The nights of wonder

Looking beyond the embers of bridges glowing behind us

To a glimpse of how green it was on the other side

Steps taken forwards but sleepwalking back again

Dragged by the force of some inner tide

At a higher altitude with flag unfurled

We reached the dizzy heights of that dreamed of world

Encumbered forever by desire and ambition

There's a hunger still unsatisfied

Our weary eyes still stray to the horizon

Though down this road we've been so many times

The grass was greener

The light was brighter

The taste was sweeter

The nights of wonder

With friends surrounded

The dawn mist glowing

The water flowing

The endless river

Forever and ever.


High Hopes (Grandes Esperanças)

Além do horizonte do lugar em que vivemos quando criança

Em um mundo de magnetismo e milagres

Nossos pensamentos emanavam constantes e sem fronteiras

O soar do sino da divisão começou

Ao longo da grande estrada e descendo a caminho das causas

Eles ainda se encontram com a corte

Havia um bando de maltrapilhos que seguiam nossos passos

Corremos antes que o tempo levasse nossos sonhos embora

Deixando uma miríade de pequenas criaturas tentando nos amarrar ao chão

Para uma vida consumida pela degeneração lenta

A grama era mais verde

As luzes eram mais brilhantes

Com amigo por perto

As noites eram maravilhosas

Olhando além das pontes em brasa resplandecendo atrás de nós

Para ver por um relance o quão verde era o outro lado

Passos tomados adiante mas sonânbulos voltamos

Dragados pela força de uma maré interior

Em alta altitude com bandeira desfraldada

Alcançamos as alturas inebriantes daquele mundo de sonhos

Enclausurado para sempre por desejo e ambição

Existe uma fome não satisfeita

Nossos olhos desgastados ainda fitam o horizonte

Apesar de passarmos tantas vezes por essa estrada

A grama era mais verde

As luzes eram mais brilhantes

O gosto era mais doce

As noites eram maravilhosas

Com amigos por perto

A brilhante bruma da manhã

A água correndo

O rio sem fim

Para sempre e sempre.


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